segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Novidade: Empresa consegue transformas tração de trolebus e mostra alternativa para baratear custos de fabricação e manutenção de veículos elétricos

• Corrente de tração alternada no Trolebus permite uso de eixos e componentes nacionais mais baratos

• Um veículo está em teste no corredor que liga a zona Sul de São Paulo à zona Leste pelo ABC Paulista

Uma das grandes desculpas dadas por órgãos públicos e empresas para não adotar os trolebus, ônibus elétricos com emissão zero de poluentes, é o alto preço do veículo, que pode custar até 4 vezes mais que um ônibus convencional. Mas esta justificativa está com os dias contados. A Empresa Eletra (companhia nacional especializada em fabricação de ônibus com tecnologia limpa) conseguiu converter um trolebus antigo com corrente contínua, que necessitava de eixo de tração importado, em um veículo abastecido por corrente alternada. A diferença entre as duas formas de alimentação elétrica é muito técnica, mas na prática, a transformação pode significar um grande avanço no setor, principalmente em relação ao barateamento do veículo e ao desempenho.

O administrador de Contratos da Eletra, José Antônio do Nascimento, explica que o motor do trolebus de corrente contínua é feito quase artesanalmente, enquanto, com a tecnologia de corrente alternada, o motor pode ser feito em série. “Praticamente, usamos os mesmos conceitos de fabricação do motor a Diesel convencional, mas com a alimentação elétrica. Além disso, o eixo de tração, responsável por movimentar o veículo com a força fornecida pelo motor, pode ser o eixo de qualquer ônibus articulado nacional.
Para o trolebus de corrente contínua, o eixo tinha de ser importado. Isso resulta no barateamento não só da aquisição dos trolebus, mas também da manutenção. Sem dúvida, é um avanço no setor, que estávamos estudando já há algum tempo”.

O site flagrou neste domingo, dia 27 de setembro, na Parada Paraíso, no Bairro Paraíso, em Santo André, o carro prefixo 7301 da Metra, empresa que faz a ligação entre São Matheus, na zona Leste da Capital Paulista, e Jabaquara, na zona Sul de São Paulo, pelos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, no ABC Paulista. O Busscar Urbanuss Pluss Mercedes Benz foi um dos primeiros veículos fabricados pela Eletra, ainda na época da corrente contínua. O ônibus elétrico foi transformado para corrente alternada.

Outro avanço para os trolebus, segundo José Antônio do Nascimento. “Além da produção de trolebus com o sistema de alimentação de corrente alternada, a transformação dos trolebus mais antigos para este sistema é mais um avanço, pois significa que não dá para baratear somente os custos de manutenção de veículos novos, mas, a longo prazo, dos veículos qu
e já estão rodando. Isso significa que a empresa que mantém este trolebus não vai perder dinheiro com ele, já que é possível transformá-lo” conta José Antônio do Nascimento. A transformação em vários casos pode ser interessante, pois o trolebus tem uma vida útil no mínimo duas vezes maior que do ônibus convencional.

Sendo assim, a empresa pode manter um carro por mais tempo e agora com manutenção menos cara. Mesmo com a corrente alternada, os custos dos trolebus ainda são maiores que dos ônibus a Diesel, mas com a inovação, a relação destes custos com os benefícios da vida útil maior, mais conforto para motoristas e passageiros e emissão de poluição zero torna-se vantajosa.
Outro veículo, o prefixo 1900 da Viação Himalaia, que serve o Consórcio 4 Leste, de linha municipal da Capital Paulista, conta também com a tecnologia. “Até o momento, o trolebus com tração modificada, que roda pelo corredor da Metra (o que foi flagrado), não apresentou nenhum problema. O funcionamento está muito bom” – complementa José Antônio do Nascimento.

Diferentemente dos outros veículos da Metra, que
são pintados nas cores cinza e branco, com o desenho no padrão da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – o trolebus 7301 está nas cores verde e branco, que deve se tornar padrão para veículos elétricos e híbridos no corredor, que conta também com veículos diesel. O Trolebus ostenta sobre as janelas laterais a frase: “Veículo 100% Elétrico – Poluição Zero”. No corredor, já há um outro veículo com corrente alternada, o Caio Millennium Mercedes Benz 7400, mas este já foi fabricado com a tecnologia. O veículo flagrado foi transformado e, como o administrador da Eletra disse, a transformação pode ser uma opção para poder público e empresa.

José Antônio do Nascimento lembra que por mais limpo que seja atualmente o diesel, o biodiesel, o sistema elétrico híbrido, na questão de preservação do meio ambiente, ainda nada se compara ao velho trolebus ou ao ônibus que funciona a hidrogênio, que ainda precisa ser desenvolvido e barateado. “Os ganhos não só das empresas, mas da sociedade, com veículos que não agridem o meio ambiente, não produzem barulho excessivo e que oferecem conforto a quem o usa e para quem está do lado dele já justificaram maior atenção aos trolebus.


Com métodos de alimentação, fabricação e manutenção mais baratos, a questão dos veículos elétricos voltarem a compor o cenário urbano deve ser pensada com mais carinho ainda” A indústria está fazendo a parte dela. Mas é certo que os trolebus exigem, para funcionar plenamente, investimentos em redes aéreas melhores e em vias, segregadas ou não, com melhores condições, para evitar as quedas de pantógrafos (as alavancas que ligam os veículos aos fios). Mas especialistas em transportes e meio ambiente garantem que estes investimentos acabam sendo bem mais baixos que pos custos causados pelo stress do trânsito, pelo barulho e poluição do ar.

Texto e fotos: Adamo Bazani, busólogo que adora a história dos transportes, mas que sabe que o setor nunca pode perder o foco das inovações.

2 comentários:

  1. a gostei da ideia mas eu acho q o trolebus abandonados na av guido caloi poderiao estar rodando...

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  2. tbm concordo com o carlos os trolebus q rodavam em santo amaro estao hj apodrecendo na garagem da av guido caloi se esses trolebus fossem da emtu eles teriam mais utilidade a sociadade...

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