quarta-feira, 14 de outubro de 2009

São Paulo erra na projeção de aumento de demandas do transporte público com restrição aos fretados

A Secretaria Municipal dos Transportes errou na projeção que fez sobre o crescimento na demanda de passageiros nas estações da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), após a restrição de ônibus fretados numa área de 70 quilômetros quadrados da capital paulista. Os números projetados ficaram muito abaixo do que foi registrado pelas duas companhias de transporte.

Embora a Prefeitura negue que mais carros tenham ido para a rua após a restrição, os índices de congestionamento apontam uma cidade mais engarrafada. O mês de setembro teve média de 71,3 quilômetros de lentidão nos dias úteis, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). No mesmo período de 2008, a CET havia registrado média de 65 quilômetros. Já agosto foi atípico, por causa do adiamento no início das aulas em razão da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína - o que contribuiu para haver menos veículos nas ruas. Mesmo assim, a CET registrou média de 63,9 quilômetros de engarrafamentos, ante 69 quilômetros no mesmo mês de 2008.

Com relação à entrada de passageiros no Metrô, a Prefeitura estimava que a Estação Parada Inglesa da Linha 1-Azul fosse receber 7 mil passageiros a mais nos dias úteis, que desceriam de ônibus fretados no terminal e ingressariam no sistema sobre trilhos. Mas, segundo a companhia, antes do dia 27 de julho, data em que passou a vigorar a restrição, a média de entrada de passageiros na Parada Inglesa era de 15.953 pessoas, ante 15.931 após a restrição, uma diminuição de 0,14%. Também houve variação negativa na Estação Brás da Linha 3-Vermelha (0,9% ou menos 114 passageiros, em relação aos 12.694 do mês anterior).

Segundo o Metrô, o período medido também leva em consideração variáveis como o prolongamento das férias escolares de meio de ano. "Por conta disso, não é possível atribuir à restrição de circulação dos fretados a redução na entrada de passageiros", informou a companhia.

E o erro se repete com os trens da CPTM. Nas Estações Morumbi, Berrini, Cidade Jardim, Hebraica-Rebouças e Pinheiros, na Marginal do Pinheiros, entraram a mais com a restrição 1.076 passageiros por dia. O estudo da Secretaria dos Transportes previa 1.200 pessoas.

Defesa

A Secretaria Municipal dos Transportes explica que todas as estimativas que constam do estudo que precedeu a adoção da Zona de Máxima Restrição de Fretamento tiveram por base a análise dos trajetos dos ônibus fretados. "Mas os transportadores escolheram livremente os pontos de parada, de acordo com as conveniências e variando conforme as origens e destinos", informou, em nota oficial.

A Prefeitura não apresentou justificativas para o aumento da lentidão no trânsito, mas informou que não pretende rever a regulamentação dos fretados, uma vez que os passageiros dos ônibus já foram incorporados ao sistema. "O importante é que a rede de transporte público tenha absorvido bem o aumento da demanda sem prejuízos para novos e antigos usuários. Portanto, não há nenhum motivo para revisão da regulamentação do transporte fretado de passageiros, que permanecerá na forma atual", explica a nota.

Fonte: Estadão.com/Com informações de O Estado de S. Paulo

Um comentário: