sábado, 13 de junho de 2009

Fichas serão aceitas apenas até amanhã nos ônibus de Porto Alegre

O mercado clandestino de compra e venda de fichas de ônibus, na Capital, não será mais o mesmo. Na próxima segunda-feira, as fichas de vale-transporte (cor verde) e de passe antecipado (cor azul) deixarão de ser aceitos no transporte coletivo, acabando com um comércio que agitava a região central de Porto Alegre.

A partir de segunda-feira, o pagamento da passagem deverá ser feito por meio do cartão TRI – sistema de bilhetagem eletrônica – ou em dinheiro. Por isso, ontem, vendedores ilegais faziam de tudo para se desfazer das velhas fichinhas de ônibus. Aos gritos de “compro vale, vendo vale”, negociavam os últimos sacos de fichas com preço extremamente baixos. Alguns desses vendedores aumentavam a oferta pelos vales-transportes na expectativa de revenderem mais caro neste sábado – penúltimo dia de validade das fichas.

Tradicionalmente, a ficha também era utilizada como uma moeda de pagamento no centro da Capital. Em algumas circunstâncias servia para o pagamento de café, cigarros e lanches. Em outras situações, era usada até para o pagamento de prostitutas.

Para trabalhadores que deixavam de usar o ônibus e preferiam fazer o trajeto para o trabalho a pé, a venda de pacotes com 50 ou cem unidades significava um reforço no orçamento. O motoboy Sérgio Roberto da Silva, 38 anos, acredita que a aposentadoria das fichas deixará muita gente com saudade.

– Eu não uso mais, mas com ela era melhor. As pessoas podiam trocar ou usar a ficha para comprar qualquer coisa – lembrou.

Smic recolheu 31,4 mil fichas irregulares desde 2007

Um caixinha, como são chamados os vendedores irregulares, que preferiu não se identificar, adaptou o discurso de abordagem aos pedestres. Parado na esquina das ruas Marechal Floriano e Voluntários da Pátria, ele gritava:

– Vamos lá, tá mais barato hoje gente.

De 1º de janeiro de 2007 a 10 de junho deste ano, a Secretaria Municipal da Produção Indústria e Comércio (Smic) recolheu 31.436 fichinhas vendidas irregularmente na Capital.

Fonte: Zero Hora

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