Depois de protesto que deixou dois coletivos depredados e um incendiado, além de danificar um guincho e destruir as benfeitorias do Terminal Utinga, em Santo André, entre a noite de anteterça-feira e a madrugada de terça-feira, o local permaneceu fechado ao longo do dia. Responsável pelo terminal, o Consórcio União Santo André não sabia informar, na noite de terça-feira, se o local seria reaberto hoje.
O tumulto teve início pouco antes das 22h, depois que um micro-ônibus da Viação Guaianazes, que compõe o consórcio e fazia a linha T-24 (Terminal Utinga/Parque Capuava) atropelou quatro pessoas. O adolescente Wesley Ribeiro da Silva, 15 anos, morreu no local. Os outros três ficaram feridos, sem risco de morte.
Testemunhas contaram que o motorista não conseguiu completar uma curva fechada na entrada do terminal, atingindo o grupo, que estava na calçada em frente a um bar.
O fechamento do terminal pegou de surpresa os usuários dos ônibus que faziam a escala no local. Durante todo o dia, uma fila que lembrava procissão religiosa se formou com os passageiros atravessando a pé a Avenida dos Estados, até a Avenida da Paz, a cerca de dez minutos do terminal parado.
Lá, os mais sortudos tinham a opção de seguir viagem pela linha de costume. Outros, tiveram que pegar outras conduções até Terminal Metropolitano da cidade.
A Polícia Civil abriu dois inquéritos: um para esclarecer as causas do acidente e outro para definir a responsabilidade pelas depredações e supostos roubos dos equipamentos dos veículos e das instalações do Terminal Utinga.
Depois de fugir do local do acidente, o motorista do coletivo, Amarildo Mariano da Silva, 33, foi preso em flagrante.
Segundo o delegado titular do 2º DP de Santo André, Oswaldo Fuentes, o motorista foi acusado de homicídio culposo, fuga e lesão corporal culposa. O Código Penal prevê que podem ser estipuladas fianças para este crimes. Porém, o delegado Roberto Von Haydin Júnior não o fez e o motorista ficou preso. O acusado foi submetido a um exame de dosagem alcoólica antes de ser levado para a carceragem.
Gestor executivo do Consórcio União Santo André, Luiz Marcondes de Freitas Júnior não soube estimar o prejuízo sofrido pela destruição dos ônibus, do guincho e do terminal. Segundo Freitas Júnior, mesmo se for solto, o motorista continuará afastado das funções até conclusão do inquérito criminal.
Fechamento pega passageiros de surpresa
O fechamento do Terminal Utinga em Santo André pegou de surpresa os usuários de ônibus que passavam pelo local.
Era preciso caminhar cerca de dez minutos para pegar um coletivo na Avenida da Paz, a cerca de 1.000 metros do terminal, cruzando a Avenida dos Estados no sentido Parque das Nações.
O ajudante David Nogueira da Silva, 26 anos, estimava um acréscimo de uma hora no percurso até sua casa, no Jardim Santo André. "Vou precisar seguir até o Terminal Metropolitano, no Centro, para depois pegar um ônibus para casa. Isso vai me deixar mais cansado", lamentou.
A auxiliar de escritório Camila Santos Campos, 22, acreditava que iria se atrasar para a faculdade depois do desvio que teve de fazer em seu trajeto diário. "Tive que andar 40 minutos a mais, e tudo isso de sandália. Vou chegar atrasada em casa e vou acabar chegando tarde na aula", ressaltou.
Fonte: Diário do Grande ABC
Nenhum comentário:
Postar um comentário